Continuidade Educativa e Transições nos normativos legais (OCEPE)
Uma realidade no
pré-escolar e no 1º ciclo do ensino básico
As transições constituem mudanças dos ambientes sociais imediatos de vida, que determinam ajustamentos no comportamento, pois correspondem a papéis, interações, relações e atividades diferentes. Há transições que fazem parte da nossa vida quotidiana e as crianças que frequentam uma instituição educativa experienciam diariamente, pelo menos, a transição do ambiente familiar para o contexto da organização educativa (o acolhimento diário das crianças marca e facilita essa transição), mas também outras, como a transição para a Animação e Apoio à Família. Estas são designadas “transições horizontais”.
Mas há outras transições,
socialmente construídas e estabelecidas pelos sistemas educativos, ditas “verticais”,
em que a idade da criança vai originar a sua passagem para uma nova etapa
e, muitas vezes, para outro estabelecimento educativo. São essas as transições
que particularmente preocupam docentes e pais/famílias, que se interrogam como
a criança irá lidar com a nova situação. Importa dar uma especial atenção à
criança nesses momentos, transmitindo-lhe uma visão positiva dessa passagem, como
uma oportunidade de crescer, de realizar novas aprendizagens, de conhecer
outras pessoas e contextos, de iniciar um novo ciclo, de forma a sentir confiança
nas suas capacidades para dar resposta aos desafios que se lhe colocam.
Este apoio é tanto mais
importante porque o modo como a criança vive as primeiras transições (do
ambiente familiar para a creche e/ou para o jardim de infância e deste para o
1.º ciclo) pode influenciar a sua atitude perante futuras transições.
Para que as transições possam ser vividas positivamente, importa que se
inscrevam na evolução do processo educativo de cada criança, sendo
indispensável um equilíbrio entre as mudanças inevitavelmente introduzidas e a
continuidade das aprendizagens, de modo que a nova etapa se construa a partir
do que a criança sabe e é capaz de fazer.
Porém, apoiar a transição
e assegurar a continuidade não significa antecipar as metodologias e
estratégias de aprendizagem consideradas próprias da fase seguinte. Por
exemplo, no caso da educação de infância, não se trata de adotar na creche, com
as crianças mais velhas, práticas mais adequadas ao jardim de infância (tais
como, tempos longos em grande grupo), nem de começar a fazer no jardim de
infância atividades consideradas como características do 1.º ciclo. Trata-se
antes de proporcionar, em cada fase, as experiências e oportunidades de
aprendizagem que permitam à criança desenvolver as suas potencialidades,
fortalecer a sua autoestima, resiliência, autonomia e autocontrolo, criando
condições favoráveis para que tenha sucesso na etapa seguinte. O percurso das
crianças na educação pré-escolar situa-se entre duas transições: o seu início
corresponde a uma transição do meio familiar, ou da creche, para o jardim de
infância, e o seu final a uma transição para a escolaridade obrigatória.
TRANSIÇÃO PARA A EDUCAÇÃO
PRÉ-ESCOLAR
Ao entrarem para a
educação pré-escolar, as crianças já viveram um processo educativo na família,
numa creche ou ama, a que o jardim de infância dará continuidade. No caso de
terem frequentado a creche, as crianças podem continuar no jardim de infância
da mesma instituição ou mudar para outra. A criança pode também iniciar a
educação pré-escolar com 3, 4 ou mesmo 5 anos.
Com diferentes percursos,
origens sociais e culturais e com características individuais próprias, as
crianças transitam para a educação pré-escolar em condições muito diversas. Os
comportamentos de cada criança, quando em presença de um meio relativamente
novo e de adultos que, muitas vezes, não conhece, são variáveis e dificilmente
previsíveis. Esta transição merece uma atenção muito especial por parte do/a
educador/a e um planeamento cuidado, de acordo com a situação das crianças e do
grupo, tendo em conta que a chamada “adaptação” da criança, ou seja, a sua
inserção na instituição e no grupo, exige, sobretudo, que o ambiente educativo
se adapte às suas necessidades e características.
Estratégias que podem ser
facilitadoras da transição da família ou da creche para o jardim de infância
A participação dos
pais/famílias – a comunicação estabelecida com cada família, antes de a criança
começar a frequentar a educação pré-escolar, favorece a sua integração, uma vez
que a perceção dessa relação entre adultos é securizante para a criança.
Permite ainda debater com os pais/famílias formas de proceder, beneficiando das
suas sugestões e garantindo o seu apoio, no caso de se verificarem algumas
dificuldades.
O contacto prévio com
os pais/famílias permite, ainda, recolher informações sobre o ambiente familiar
e o contexto social de vida de cada criança, que são úteis para que o/a
educador/a preveja como a receber e acolher de forma individualizada. Estes
primeiros contactos são, ainda, importantes para esclarecer e compreender as
preocupações dos pais/famílias, visto que também eles podem sofrer com a
separação da criança, e permitir-lhes criar maior confiança num contexto de
educação pré-escolar, que ainda não conhecem. Uma confiança que pode ser
favorecida pela visita às instalações, pela comunicação das intenções e
propostas educativas do/a educador/a, e pela possibilidade de um familiar estar
presente, nos primeiros dias, durante mais ou menos tempo, de acordo com as
suas possibilidades.
O contacto coletivo,
numa reunião com os pais/famílias cujos filhos/as vão ingressar no jardim de
infância, permite também que, em grupo, coloquem as suas interrogações e
esclareçam as suas dúvidas e inquietações. Facilita igualmente uma relação
entre pais/famílias, para que se possam apoiar mutuamente nesse momento. O
contacto com os pais/famílias cujos filhos/as já frequentaram o jardim de
infância poderá também contribuir para reforçar a sua confiança e para se
sentirem mais à vontade. Trata-se de iniciar uma relação de parceria,
individual e coletiva, com as famílias, que constituirá a base de uma
comunicação e colaboração a serem continuadas e aprofundadas, ao longo do tempo
em que a criança frequenta o estabelecimento de educação pré-escolar.
Contacto com outros
educadores que intervieram na educação das crianças –
no caso de a criança ter frequentado a creche ou ama, torna-se importante o
contacto com quem a acompanhou para conhecer o trabalho desenvolvido e o seu
percurso educativo. Também outros adultos, que tiveram anteriormente um papel
relevante na sua educação (avós ou outros), podem dar o seu contributo, no
sentido de conhecer melhor a criança e as suas características individuais,
facilitando o seu acolhimento.
Planeamento do
acolhimento ao nível do estabelecimento e da equipa educativa
- Observar os
comportamentos de cada criança
- Estar atento/a a sinais
de ansiedade da criança para a confortar, explicar a rotina diária de
modo a que perceba como se processa e qual o momento em que a vêm buscar,
deixar que possa ter consigo ou por perto objetos familiares (um brinquedo
trazido de casa, objeto construído pelos familiares) são aspetos que podem
facilitar essa integração. A estreita colaboração entre todos os adultos que
intervêm diretamente no processo (educador/a, assistente operacional/auxiliar
da sala, animador/a) é essencial, pois todos estes intervenientes desempenham
um papel importante nesse momento decisivo.
- Prever uma entrada
faseada e/ou progressiva - de modo a que a entrada de novas crianças não se
faça em bloco, mas se prolongue por alguns dias, para poder dar uma atenção
mais individualizada às que entram de novo, ou permitir que a criança nos
primeiros dias esteja apenas algumas horas.
- Pedir a colaboração
das crianças mais velhas ou que já frequentaram o jardim de infância no ano
anterior – planear em conjunto como receber os que chegam constitui uma
situação de aprendizagem social de que os “novos” e os "antigos"
podem beneficiar.
A diversidade de situações e a variedade de reações das crianças na transição
para a educação pré-escolar exigem, assim, uma grande atenção, flexibilidade e
sensibilidade por parte do/a educador/a, e uma participação de todo o
estabelecimento e das famílias, para encontrar as respostas mais adequadas.
TRANSIÇÃO PARA A
ESCOLARIDADE OBRIGATÓRIA
Ao transitar para o 1º ciclo, a situação e percurso das crianças que transitam podem ser muito diversos. Para além das suas características próprias e do ambiente familiar, umas terão passado pela creche e outras não. Algumas terão frequentado o jardim de infância só um ano, mas outras, dois ou três. Esta transição pode, ainda, corresponder ou não a uma mudança de instituição educativa, sendo que há instituições particulares com diversos níveis educativos e que os jardins de infância públicos se integram em Agrupamentos de Escolas. Finalmente, haverá crianças que terão 6 anos feitos há alguns meses e outras que ainda não os terão completado. A situação das crianças mais novas, cujo ingresso no 1.º ciclo não está assegurado, tem que ser analisada com cuidado, e debatida com os pais/famílias. A existência de grupos heterogéneos, quanto à idade, facilita esta decisão, dado que famílias e crianças não são pressionadas pela situação de todo o grupo passar para o 1.º ciclo.
ESTRATÉGIAS FACILITADORAS
DA TRANSIÇÃO
Tendo em conta esta
diversidade, apresentam-se alguns exemplos de estratégias que poderão facilitar
a transição das crianças para o 1º ciclo, e que, tendo semelhanças com as
indicadas na transição para a educação pré-escolar, têm também especificidades,
decorrentes não só da diferença de idade das crianças, mas também do facto de
um dos obstáculos a essa transição, apontado por vários estudos, consistir no
desconhecimento mútuo entre estas duas etapas do sistema educativo. Tal como
acontece na entrada para a educação pré-escolar, a passagem para o 1.º ciclo
exige uma participação dos diferentes intervenientes no processo.
Articulação entre
docentes
- Acordar os
procedimentos de transição na equipa de educadores/as do mesmo estabelecimento –
embora seguindo as Orientações para a Educação Pré-Escolar, nem todos os/as
educadores/as concebem do mesmo modo o seu papel na transição. Importa, por
isso, que no processo de avaliação e reflexão que acompanha as suas práticas, a
equipa de educadores/as do estabelecimento ou do departamento de educação
pré-escolar debatam em conjunto o que é fundamental para facilitar a transição
(decidir, por exemplo, qual e como vai ser transmitida a pais/famílias e
professores a informação sobre a aprendizagem realizada por cada criança, ou
como assegurar apoio, ou garantir a sua continuidade, para crianças e famílias
que necessitam). Se as crianças permanecerem no mesmo estabelecimento educativo
ou agrupamento de escolas, este entendimento entre educadores facilita a
comunicação com os professores do 1.º ciclo, mas se as crianças transitarem
para diversas instituições será também de prever como se poderá realizar essa
articulação. O/a educador/a procurará saber como está a decorrer o início do
1.º ciclo e disponibilizar-se para dar o seu contributo e sugestões.
- Comunicação e debate
entre educadores/as e professores do 1.º ciclo – educadores/as e professores/as
constroem representações sobre as finalidades e práticas de cada nível
educativo, nem sempre coincidentes, quer entre educadores/as, quer entre
professores/as, até porque, muitas vezes, nem uns nem outros conhecem muito bem
o que se passa nos outros níveis. As práticas de educadores/as e professores/as
também não são todas iguais, pois cada um/a tem o seu modo de trabalhar. A
reflexão prévia e o acordo entre educadores/as do mesmo estabelecimento é
importante para debaterem com os/as professores/as os processos e aprendizagens
desenvolvidos na educação pré-escolar, partilhando o que uns e outros pensam
sobre a pertinência destas aprendizagens, sobre a sua articulação com as
aprendizagens do 1.º ciclo e sobre as práticas adotadas (por exemplo,
organização e regras de funcionamento do grupo). Este debate passará ainda pelo
delineamento de estratégias, que mereçam o acordo de todos os docentes, e sejam
facilitadoras da transição e da continuidade do processo educativo.
Alguns meios de facilitar
essa comunicação podem ser:
- Análise e debate comum
das propostas curriculares para cada um dos níveis – ao analisarem os
respetivos currículos, educadores e professores poderão dar-se conta de que as
áreas de conteúdo da educação pré-escolar têm diferenças, mas também
semelhanças com as do programa do 1.º ciclo, e poderão, assim, encontrar formas
de promover uma articulação curricular.
- Essa articulação não
passa por utilizar na educação pré-escolar as metodologias e estratégias de
aprendizagem tradicionais no 1.º ciclo (fichas iguais para todos, transmissão
de conhecimento de modo expositivo, etc.), mas por prever, em conjunto, modos
de progressão que dão continuidade às aprendizagens realizadas. A adoção de
práticas pedagógicas diferenciadas permite que a educação pré-escolar contribua
para uma maior igualdade de oportunidades, ao proporcionar a cada criança
experiências e oportunidades de aprendizagem estimulantes, que lhe permitam
desenvolver todo o seu potencial, criando assim condições favoráveis para
iniciar o 1º ciclo com segurança. É atendendo a cada criança e à sua
individualidade que poderão ser encontradas as melhores formas de transição e
continuidade.
- Comunicação de
informação sobre o processo desenvolvido na educação pré-escolar e a
aprendizagem realizada por cada uma das crianças – comunicar o processo
desenvolvido com o grupo no(s) ano(s) anteriores permite aos/às professores/as
compreenderem melhor as oportunidades de aprendizagem que as crianças tiveram
ao longo da educação pré-escolar. Também a comunicação da informação sobre a
aprendizagem realizada por cada criança possibilitará ao/à professor/a
conhecê-la melhor e saber como poderá dar continuidade ao que já aprendeu. Esta
informação, centrada nos progressos da aprendizagem da criança, deverá obedecer
a princípios éticos, tendo ainda em conta os destinatários. Para que essa
informação possa ser utilizada pelo/a professor/a, importa que o/a educador/a
tenha realizado e sistematizado uma avaliação de cada criança e que os
educadores da mesma instituição decidam em conjunto, e, quando possível, com os
professores, as melhores formas de a organizar e apresentar.
- Trabalho conjunto entre
educadores e professores – educadores/as e professores/as, que trabalham no
mesmo edifício escolar têm por vezes ocasião de, em conjunto, desenvolverem
projetos comuns. Essa relação, que lhes permite conhecer melhor as respetivas
práticas, não deveria ser pontual e depender das circunstâncias, mas assumir,
sempre que possível, um carácter mais sistemático e institucional (ver
acolhimento a nível institucional).
- Envolvimento das
crianças - As crianças são as protagonistas do processo e o seu papel e
expectativas positivas podem ser decisivos para o sucesso da transição.
Assim, o/a educador/a
poderá:
- Conversar com as
crianças sobre a transição – dado que as crianças sabem que irão transitar para
o 1º ciclo, será importante que o/a educador/a proporcione a todas (e não só às
mais velhas) oportunidades de dialogarem sobre o assunto, de explicitarem as
suas expectativas e de colocarem perguntas sobre o que gostariam de saber sobre
o ciclo seguinte, de forma a confrontar o que cada uma pensa e sabe sobre essa
nova etapa, e esclarecer as suas interrogações. O modo como o/a educador/a
participa neste diálogo, apresentando positivamente a nova etapa, apoia as
crianças a sentirem-se mais confiantes face à transição. Essa confiança pode
também ser reforçada, se a avaliação que o/a educador/a realiza regularmente
com as crianças assumir, para as que vão transitar, a forma de um balanço do
que aprenderam na educação pré-escolar, que lhes permita tomar consciência das
aprendizagens que realizaram e da sua importância para continuarem a aprender.
- Familiarizar as
crianças com a escola do 1.º ciclo – sempre que possível, com o/a educador/a e
o grupo, ou individualmente com os pais, a criança deverá ter oportunidade de
conhecer a escola para onde vai transitar. Quando esse conhecimento for da
iniciativa do/a educador/a, será desejável que essa visita seja planeada com as
crianças (as conversas prévias podem ser a base desse planeamento – o que
querem ver e saber). Porém, um melhor conhecimento e familiaridade com a escola
do 1.º ciclo implicam uma ação mais continuada e um trabalho conjunto entre
educadores/as e professores/as e entre as crianças dos dois níveis de educação:
apresentação de projetos, troca de trabalhos, visitas em conjunto, etc., que
incluirá não só as crianças que vão transitar, mas todas as crianças do grupo.
- Facilitar a transição
ao nível organizacional - Os estabelecimentos, quer de educação pré-escolar,
quer do 1.º ciclo, e ainda mais se englobarem ambos, têm um papel importante na
transição e na continuidade educativa. O trabalho em equipa, quer entre
educadores/as, quer entre educadores/as e professores/as, pode ser facilitado
se houver condições organizacionais que o favoreçam. Assim, o trabalho conjunto
entre educadores e professores poderá ser incentivado e previsto a nível do
estabelecimento educativo. Também serão planeados momentos de contacto entre as
crianças dos dois níveis de educação, que não podem limitar-se às festas
conjuntas, pois, para serem efetivos, exigem uma convivência e colaboração mais
continuadas.
A possibilidade de as
crianças que frequentam a educação pré-escolar, numa instituição particular que
tenha também o 1.º ciclo ou num agrupamento de escolas, utilizarem regularmente
recursos comuns, como a biblioteca, a sala de computadores ou a cantina, podem
ser intencionalmente rentabilizados para que as crianças conheçam melhor o
ambiente educativo para onde vão transitar.
Deverá ser planeado o
acolhimento dos alunos do 1.º ano, a saber: como lhes é apresentada a escola;
como são organizadas as turmas; como são recebidos por cada professor; como também
os mais velhos podem ter um papel na receção e apoio aos mais novos.
A participação dos
pais/famílias - Os pais/famílias, enquanto principais responsáveis da educação
da criança, têm necessariamente um papel determinante nesta, como em todas as
transições. Se a comunicação que o/a educador/a estabelece com os pais/
famílias é fundamental para facilitar a transição do meio familiar, ou da
creche, para a educação pré-escolar, é também importante para que os
pais/famílias tenham um papel ativo no momento da transição para o 1.º ciclo. A
relação de parceria desenvolvida ao longo da frequência da educação pré-escolar
irá favorecer a sua participação na transição e na etapa seguinte.
Assim, a informação
individual e coletiva a disponibilizar aos pais/famílias, sobre a(s) escola(s)
para que os filhos/as irão transitar ou sobre as possibilidades de escolha que
lhes são oferecidas, permite-lhes esclarecerem as suas dúvidas e interrogações
e apoiarem-se mutuamente no processo de transição e no início do 1.º ciclo. Este
esclarecimento beneficiará se for feito, em conjunto, pelo/a educador/a e por
um/a professor/a do 1.º ciclo (o/a que vai receber as crianças ou outro/a), o
que implica um envolvimento do estabelecimento educativo ou articulação de
estabelecimentos.
A relação de comunicação
estabelecida com cada família, através do acompanhamento do processo desenvolvido
e da transmissão regular da avaliação dos progressos de aprendizagem da criança,
pode ser complementado por um relatório final desses progressos, que poderão
entregar ao/à professor/a que a vai receber, tornando-se mediadores dessa
transição.
Enquadramento legislativo
Seguem algumas referências
no enquadramento legal acerca das transições entre ciclos
• Despacho
n.º 5220/97 de 4 de agosto;
• Decreto-Lei
115-A/98 de 4 de Maio;
• Decreto-Lei
6/2001, no artigo 3.º, alíneas a) e b);
• Circular
n.º17/DSDC/DEPEB/2007;
• Ministério
da Educação DEB/NEP (2016). Orientações Curriculares para a Educação Pré –
Escolar. Lisboa: Ministério da Educação;
• Ministério
da Educação (2006). Organização curricular e Programas do Ensino Básico – 1º
Ciclo. Lisboa: Ministério da Educação, Departamento da Educação Básica.
Despacho nº 5220/97
“cabe ao educador promover
a continuidade educativa num processo marcado pela entrada para a educação
pré-escolar e a transição para a escolaridade obrigatória. (…) é também função
do educador proporcionar as condições para que cada criança tenha uma
aprendizagem com sucesso na fase seguinte competindo-lhe, em colaboração com os
pais e em articulação com os colegas do 1.º ciclo, facilitar a transição da
criança para a escolaridade obrigatória”
Decreto-Lei 115-A/98 de 4
de Maio
O artigo 6.º refere que
“a constituição de agrupamentos de escolas considera, entre outros, critérios
relativos à existência de projetos pedagógicos comuns, à construção de percursos
escolares integrados, à articulação curricular entre níveis e ciclos educativos
(…).”
Decreto-Lei 6/2001, no
artigo 3.º, alíneas a) e b)
Refere que “a organização
e a gestão do currículo subordinam-se (…) a princípios orientadores [como a]
coerência e sequencialidade entre os três ciclos de ensino básico e articulação
com o ensino secundário; [e] integração do currículo e avaliação, assegurando
que esta constitua o elemento regulador do ensino e da aprendizagem.”
Circular
n.º17/DSDC/DEPEB/2007
“A articulação entre as
várias etapas do percurso educativo implica uma sequencialidade progressiva,
conferindo a cada etapa a função de completar, aprofundar e alargar a etapa
anterior, numa perspetiva de continuidade e unidade global de educação/ensino.”
Ficam aqui algumas sugestões
de reflexão com vista à melhoria de práticas
• Como
são incluídos na rotina diária momentos que facilitem as transições horizontais
(de casa para o jardim de infância, do tempo letivo para o tempo não letivo)?
• Que
estratégias são utilizadas para apoiar as articulações verticais (entre a
família ou creche e o jardim de infância e entre este e o 1.º ciclo)? O apoio a
estas transições está previsto no projeto curricular de grupo?
• Como
são envolvidos os profissionais que trabalham com o grupo de crianças no
planeamento e no processo de acolhimento das crianças que chegam de novo ao
jardim de infância? As crianças mais velhas, ou que já frequentaram o jardim de
infância, também participam nesse acolhimento?
• Como
é incentivada a participação dos pais/famílias no início da educação
pré-escolar e na transição para a escolaridade obrigatória?
• O
que pode ser feito para promover um diálogo entre a equipa de educadores/as ou
no departamento de educação pré-escolar no sentido de acordar estratégias
facilitadoras da transição?
• Que
colaboração tem sido desenvolvida com professores/as do 1.º ciclo? Essa
colaboração tem sido facilitadora da transição? E da continuidade educativa?
Como pode essa colaboração ser alargada para que haja um trabalho e diálogo
mais sistemáticos que envolvam educadores e professores?
• Estão
previstas estratégias de transição no estabelecimento educativo? Como podem ser
concretizadas para facilitar a transição e a articulação curricular entre
ciclos?
• Os
processos de registo e documentação utilizados têm também como finalidade
facilitar a comunicação do processo educativo desenvolvido e dos progressos de
aprendizagem das crianças a outros intervenientes do processo, nomeadamente
pais/famílias e professores/as do 1.º ciclo?
• Como é organizada essa informação, para poder ser transmitida a pais/famílias e outros docentes? Essa organização é refletida de acordo com princípios éticos e deontológicos?
Conteúdo disponível em: https://youtu.be/9rsJzOIiLho
Referências
Continuidade
Educativa e Transições | OCEPE
www.dge.mec.pt
› ocepe › index.php › node
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