quarta-feira, 24 de maio de 2023

A expressão plástica no ensino do português

 


IMPORTÂNCIA DA EXPRESSÃO PLÁSTICA NO ENSINO DO PORTUGUÊS

 

Segundo Monteiro (2015) a expressão plástica:

·     Promove momentos de autoexpressão que permitem trazer para o exterior o interior de cada individuo.

·     Fortalece  a  autoestima  e  a autoconfiança;

·   É parte fundamental da experiência humana sendo vista como essencial para reforçar e garantir a cidadania assim como exercitar os números e palavras ou até mesmo a aprendizagem da História;

·      Desenvolve  a  independência,  a  colaboração,  a  sensibilidade  e  a  afetividade

·      Proporciona meios para a vivência cultural e artística;

·  Desenvolve  competências  intelectuais como a análise, a síntese, a avaliação e a resolução de problemas.

 

Já Villaça (2014) refere que:

·         Ajuda  a  desenvolver  capacidades  e  atitudes  essenciais  para  a aprendizagem  e  para  a  vida;

·         Desenvolve  a  imaginação,  capacidade indispensável em diversos domínios científicos;

·         Torna mais fácil a empatia entre as pessoas e um melhor conhecimento do outro;

·       Promove a utilização das capacidades pessoais de forma significativa e de tornar compreensíveis, através destas capacidades, algumas abstrações mais complexas.

·         Possibilita a articulação entre o processo e o conteúdo da aprendizagem.

·         Uma das suas características mais importante e que se traduz em que as artes nos dão prazer.

“Muitos defendem que a educação artística pode potencialmente contribuir para um ambiente  de  aprendizagem  criativa  nas  escolas,  em  especial  se  as  disciplinas artísticas forem integradas transversalmente no currículo”. (Eurydice, 2009, p.24).

Villaça (2014) destaca as potencialidades  da Arte  como  estratégia ou metodologia na abordagem de conteúdos nas diferentes disciplinas por:

·         Promover a capacidade de cativar e colocar em prática;

·         Facilitar a abordagem de temas que possam ser tabus;

·         Permitir ver ilustradas situações do quotidiana e acontecimentos que possam ser difíceis de imaginar;

·         Possibilitar o questionamento de regras e valores estabelecidos;

·         Desenvolver o aluno e o professor ao nível social, emocional, espiritual, racional e físico;

·         Permitir experimentar o contacto com o próprio e com o outro;

·         Promover o trabalho em grupo; 

·         Fomentar  o  contacto  com  as  diversas  manifestações  culturais;

·         Possibilitar trabalhar diferentes conteúdos de forma prazerosa e lúdica.

As referências nas aprendizagens essenciais quanto aos contributos do ensino da expressão plástico do português são várias: “apreciação  crítica,  à  dimensão  estética  e  à  matriz cultural”; “Produzir  textos  com  objetivos  críticos,  pessoais  e  criativos  (...)  consolidar  os domínios da leitura e da escrita do português como principal veículo da construção crítica do conhecimento (...) apreciar criticamente a dimensão estética dos textos literários  (...)  reconhecer  a  inscrição  da  matriz  cultural  na  aprendizagem  do português.”; Experimentar  percursos  individuais  ou  em  grupo  que  proporcionem  o prazer da escrita.

A expressão plástica permite, ainda segundo as aprendizagens:

·         Apropriar-se do texto lido, recriando-o em diversas linguagens.

·  Utilizar  diferentes  recursos  expressivos  com  uma  determinada  intenção comunicativa  (dramatizações,  banda  desenhada,  cartazes  publicitários)

·         Comparar versões diferentes dos mesmos contos “O coelhinho branco”

·    Interpretar enunciados de natureza diversificada nas suas realizações verbal e não verbal (avisos, instruções)

·       Colaborar  na  produção  de  contos  (com  companheiros,  com  o  professor...).

·     Contactar  com  diversos  registos  de  escrita  (produções  dos  alunos,  documentação, biblioteca, jornais, revistas, correspondência, etiquetas, rótulos,  registos  de  presenças,  calendários,  avisos,  recados,  notícias...)

·       Descobrir  e  localizar,  em  jornais  e  revistas,  e  através  das  imagens,  um programa de televisão de que gosta.

·    Produzir  textos  escritos  por  iniciativa  própria  (de  criação  livre,  discursos do quotidiano, de carácter utilitário, a partir de palavras ou de imagens).

·       Construir um dicionário ilustrado (imagem/palavra), organizando-o segundo critérios combinados (por temas, por ordem alfabética...)

 

À medida  que  as  crianças  vão  demonstrando  mais  iniciativa,  o  professor pode  sugerir  outras  experiências  que  permitem  aprofundar  a  capacidade dos alunos de se exprimirem, de forma pessoal, através da arte ou expressão plástica. O  prazer  proporcionado pelo desenrolar do traço é um jogo pessoal que suscita a representação de sensações, experiências e vivências.  Pouco e pouco, através da introdução de diferentes materiais/suportes e de atividades sugeridas, nomeadamente ligadas a experiências ocorridas noutras áreas, as crianças podem aprofundar as suas capacidades de expressão e representação gráficas. A  organização,  conservação  e  partilha  do  material  de  expressão plástica  contribuem, ainda, para as aprendizagens básicas da vida de grupo.

Salvaguardando sempre o respeito pela expressividade plástica das crianças, essas atividades podem partir das solicitações e interesses dos alunos ou de propostas  do  professor.  Estão  normalmente  associadas  à  concretização  de projetos individuais ou de grupo e, com frequência, ligados a trabalhos desenvolvidos noutras áreas. Durante o 1.o ciclo as crianças devem desenvolver as suas capacidades  expressivas  através  da  utilização  de  diferentes  materiais  e  técnicas,  alargando o campo de experiências e o domínio de outras linguagens expressivas.

As orientações curriculares referem que a expressão artística é essencial para o desenvolvimento da criatividade das crianças, alargando e enriquecendo a sua representação simbólica e o seu sentido estético, através do contacto com diversas manifestações artísticas de diversas épocas, culturas e estilos, de modo a incentivar o seu espírito crítico perante diferentes visões do mundo. Permite a “Construção da identidade pessoal, social e cultural; conhecimento do património cultural e para a sensibilização à sua preservação; para o reconhecimento e respeito pela diversidade cultural. Este domínio proporciona ainda oportunidades de desenvolvimento da curiosidade, da expressão verbal e não verbal, de resolução de problemas, etc., que facilitam a sua articulação com essas áreas e também com os outros domínios incluídos na área de Expressão e Comunicação”.

As técnicas e instrumentos próprios deste domínio podem ser mobilizados noutras áreas e domínios. O desenvolvimento da criatividade e do sentido estético e o contacto com diferentes formas de cultura não fazem apenas parte deste domínio, mas devem estar presentes em todo o desenvolvimento do currículo.

 

Bibliografia

Lopes da Silva, M. (1999). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: Editorial do Ministério da Educação.

Martins, A. (coord.) (2002). Didáctica das Expressões. Lisboa: Universidade Aberta.

Reis, C (coord.) (2009). Programa de Português do Ensino Básico. Lisboa:DGIDC

Sousa, A. (2003). Educação pela Arte e Artes na Educação. Bases psicopedagógicas (1º volume). Lisboa: Instituto Piaget.

Sousa, A. (2003). Educação pela Arte e Artes na Educação. Drama e Dança (2º volume). Lisboa: Instituto Piaget.

Sousa, A. (2003). Educação pela Arte e Artes na Educação. Música e Artes Plásticas (3º volume). Lisboa: Instituto Piaget.

Sousa, M. (2010). Música, Educação Artística e Interculturalidade. A Alma da Arte na Descoberta do Outro. Rio Tinto: Lugar da Palavra.

Thorne, K. (2008). Motivación y creatividad en clase. Barcelona: Graó

Toro, A. (2008). Comunicación y expresión oral y escrita: la dramatizacion como recurso. Barcelona: Graó.

 

 

 

 

 

 

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