IMPORTÂNCIA DA EXPRESSÃO PLÁSTICA NO ENSINO DO PORTUGUÊS
Segundo Monteiro (2015) a expressão plástica:
· Promove momentos de autoexpressão que permitem trazer para o exterior o interior de cada individuo.
· Fortalece a autoestima e a autoconfiança;
· É parte fundamental da experiência humana sendo vista como essencial para reforçar e garantir a cidadania assim como exercitar os números e palavras ou até mesmo a aprendizagem da História;
· Desenvolve a independência, a colaboração, a sensibilidade e a afetividade
· Proporciona meios para a vivência cultural e artística;
· Desenvolve competências intelectuais como a análise, a síntese, a avaliação e a resolução de problemas.
Já Villaça (2014) refere que:
· Ajuda a desenvolver capacidades e atitudes essenciais para a aprendizagem e para a vida;
· Desenvolve a imaginação, capacidade indispensável em diversos domínios científicos;
· Torna mais fácil a empatia entre as pessoas e um melhor conhecimento do outro;
· Promove a utilização das capacidades pessoais de forma significativa e de tornar compreensíveis, através destas capacidades, algumas abstrações mais complexas.
· Possibilita a articulação entre o processo e o conteúdo da aprendizagem.
· Uma das suas características mais importante e que se traduz em que as artes nos dão prazer.
“Muitos defendem que a educação artística pode potencialmente contribuir para um ambiente de aprendizagem criativa nas escolas, em especial se as disciplinas artísticas forem integradas transversalmente no currículo”. (Eurydice, 2009, p.24).
Villaça (2014) destaca as potencialidades da Arte como estratégia ou metodologia na abordagem de conteúdos nas diferentes disciplinas por:
· Promover a capacidade de cativar e colocar em prática;
· Facilitar a abordagem de temas que possam ser tabus;
· Permitir ver ilustradas situações do quotidiana e acontecimentos que possam ser difíceis de imaginar;
· Possibilitar o questionamento de regras e valores estabelecidos;
· Desenvolver o aluno e o professor ao nível social, emocional, espiritual, racional e físico;
· Permitir experimentar o contacto com o próprio e com o outro;
· Promover o trabalho em grupo;
· Fomentar o contacto com as diversas manifestações culturais;
· Possibilitar trabalhar diferentes conteúdos de forma prazerosa e lúdica.
As referências nas aprendizagens essenciais quanto aos contributos do ensino da expressão plástico do português são várias: “apreciação crítica, à dimensão estética e à matriz cultural”; “Produzir textos com objetivos críticos, pessoais e criativos (...) consolidar os domínios da leitura e da escrita do português como principal veículo da construção crítica do conhecimento (...) apreciar criticamente a dimensão estética dos textos literários (...) reconhecer a inscrição da matriz cultural na aprendizagem do português.”; Experimentar percursos individuais ou em grupo que proporcionem o prazer da escrita.
A expressão plástica permite, ainda segundo as aprendizagens:
· Apropriar-se do texto lido, recriando-o em diversas linguagens.
· Utilizar diferentes recursos expressivos com uma determinada intenção comunicativa (dramatizações, banda desenhada, cartazes publicitários)
· Comparar versões diferentes dos mesmos contos “O coelhinho branco”
· Interpretar enunciados de natureza diversificada nas suas realizações verbal e não verbal (avisos, instruções)
· Colaborar na produção de contos (com companheiros, com o professor...).
· Contactar com diversos registos de escrita (produções dos alunos, documentação, biblioteca, jornais, revistas, correspondência, etiquetas, rótulos, registos de presenças, calendários, avisos, recados, notícias...)
· Descobrir e localizar, em jornais e revistas, e através das imagens, um programa de televisão de que gosta.
· Produzir textos escritos por iniciativa própria (de criação livre, discursos do quotidiano, de carácter utilitário, a partir de palavras ou de imagens).
· Construir um dicionário ilustrado (imagem/palavra), organizando-o segundo critérios combinados (por temas, por ordem alfabética...)
À medida que as crianças vão demonstrando mais iniciativa, o professor pode sugerir outras experiências que permitem aprofundar a capacidade dos alunos de se exprimirem, de forma pessoal, através da arte ou expressão plástica. O prazer proporcionado pelo desenrolar do traço é um jogo pessoal que suscita a representação de sensações, experiências e vivências. Pouco e pouco, através da introdução de diferentes materiais/suportes e de atividades sugeridas, nomeadamente ligadas a experiências ocorridas noutras áreas, as crianças podem aprofundar as suas capacidades de expressão e representação gráficas. A organização, conservação e partilha do material de expressão plástica contribuem, ainda, para as aprendizagens básicas da vida de grupo.
Salvaguardando sempre o respeito pela expressividade plástica das crianças, essas atividades podem partir das solicitações e interesses dos alunos ou de propostas do professor. Estão normalmente associadas à concretização de projetos individuais ou de grupo e, com frequência, ligados a trabalhos desenvolvidos noutras áreas. Durante o 1.o ciclo as crianças devem desenvolver as suas capacidades expressivas através da utilização de diferentes materiais e técnicas, alargando o campo de experiências e o domínio de outras linguagens expressivas.
As orientações curriculares referem que a expressão artística é essencial para o desenvolvimento da criatividade das crianças, alargando e enriquecendo a sua representação simbólica e o seu sentido estético, através do contacto com diversas manifestações artísticas de diversas épocas, culturas e estilos, de modo a incentivar o seu espírito crítico perante diferentes visões do mundo. Permite a “Construção da identidade pessoal, social e cultural; conhecimento do património cultural e para a sensibilização à sua preservação; para o reconhecimento e respeito pela diversidade cultural. Este domínio proporciona ainda oportunidades de desenvolvimento da curiosidade, da expressão verbal e não verbal, de resolução de problemas, etc., que facilitam a sua articulação com essas áreas e também com os outros domínios incluídos na área de Expressão e Comunicação”.
As técnicas e instrumentos próprios deste domínio podem ser mobilizados noutras áreas e domínios. O desenvolvimento da criatividade e do sentido estético e o contacto com diferentes formas de cultura não fazem apenas parte deste domínio, mas devem estar presentes em todo o desenvolvimento do currículo.
Bibliografia
Lopes da Silva, M. (1999). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: Editorial do Ministério da Educação.
Martins, A. (coord.) (2002). Didáctica das Expressões. Lisboa: Universidade Aberta.
Reis, C (coord.) (2009). Programa de Português do Ensino Básico. Lisboa:DGIDC
Sousa, A. (2003). Educação pela Arte e Artes na Educação. Bases psicopedagógicas (1º volume). Lisboa: Instituto Piaget.
Sousa, A. (2003). Educação pela Arte e Artes na Educação. Drama e Dança (2º volume). Lisboa: Instituto Piaget.
Sousa, A. (2003). Educação pela Arte e Artes na Educação. Música e Artes Plásticas (3º volume). Lisboa: Instituto Piaget.
Sousa, M. (2010). Música, Educação Artística e Interculturalidade. A Alma da Arte na Descoberta do Outro. Rio Tinto: Lugar da Palavra.
Thorne, K. (2008). Motivación y creatividad en clase. Barcelona: Graó
Toro, A. (2008). Comunicación y expresión oral y escrita: la dramatizacion como recurso. Barcelona: Graó.
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